Neste
ano de 2012, foi das poucas vezes em que não consegui participar da Festa da
Padroeira de Patu. Como tantas outras
pessoas de meu município, a festa de Nossa Senhora das Dores, sempre me
encantava e ir às novenas já era para mim e para muitos, um motivo de alegria
em que se reuniam pessoas vindas de diversos lugares e encontar-se com elas
fazia relembrar recordações passadas, geralmente mais agradáveis que tristes. E
as conversas começavam muitas vezes dentro da própria igreja e continuavam
depois da celebração, lá fora, sentados em torno à uma mesinha, tomando um
refrigerante ou uma cerveja. E não faltavam as histórias do passado com seus
personagens e presepadas, recordadas com muitos risos e gargalhadas.
Durante
a festa era muito aguardada a noite do leilão com Raimundo Leiloeiro repetindo:
"e agora é o lance de tantos mil cruzeiros por este objeto oferecido por
Fulano e é para Sicrano deixar e não levar". Maria de Quetin anotava num
caderno o nome do arrematador e a quantia oferecida. Para colaborar com a
Paróquia, resolvi por vários anos fazer um leilão na Fazenda Laje, mas
organizado de forma diferente: cada objeto arrecadado, era arreamatado através
de cartelas de bingo. E assim várias vezes aconteceu que o resultado chegou a
ser maior que o da igreja matriz, de tal maneira que na hora da entrega do
dinheiro, tanto o padre como o povo, ficavam surpresos com a diferença. Ainda
havia a vantagem que com essa modalidade, qualquer morador ou vaqueiro tinha a
possibilidade de participar e levar um bolo, uma galinha assada, um carneiro ou
um garrote, através do sorteio, não sendo apenas privilégio de pessoas com mais
recursos financeiros.
Quem
bebe muito tempo a água de Patu, quer bem a esta terra de ventos, poeira e
fuxico, terra de lendas e de tradições que merecem ser relembradas. Uma intriga
antiga com Geraldo Saraiva, fez com que Antônio de Lima solicitasse a El Rei de
Portugal, o desmembramento de Belém do Brejo Cruz e de Catolé do Rocha do Rio
Grande do Norte, anexando- os à Paraíba,
o que fez nosso Estado ficar em forma de um elefante. Numa dessas
viagens a Portugal, Antonio de Lima trouxe a imagem de Nossa Senhora dos
Impossíveis, que de acordo com um relato de Dom Eliseu, foi trazido de
Fortaleza a Patu em lombo de animais e com acompanhamento de muitas pessoas
festejando e soltando fogos. A linda imagem era bordada em ouro e prata, com
manto azul que representa o céu e vermelho que representa o sangue derramado
por seu Filho Jesus. É comovente imaginar a imagem no lombo de um burro,
subindo a vereda até chegar à capela construida pelo Coronel Antonio de Lima,
em homenagem à Nossa Senhora.
Hoje,
graças aos esforços de Pe. Henrique Spitz, há na Serra do Lima um moderno
Santuário e Casa de Romeiros ou Casa de Retiros e eventual Pousada. Esta marca
significativa, deixada por Pe. Henrique, como também a lembrança de Antònio de
Lima merece ser comemorada em eventos e em dias especiais. Com relação à
Jesuíno Brilhante, isso estava acontecendo por ocasião da Festa da Cultura,
graças à iniciativas do artista plástico e teatrólogo Ricardo Veriano. Devemos
mostrar a nossa história com orgulho em peças de teatro.
Muitas
coisas maravilhosas ainda poderiam ser apresentadas ao povo por ocasião da
Festa de Nossa Senhora das Dores, Padroeira de Patu. Mereceria ser mais
conhecida a História de Patu e do Lima, suas lendas e mitos, a história da
construção da Igreja matriz pelo Pe. Luís Klur e do Santuário do Lima pelo Pe.
Henrique Spitz. Ainda na subida do Lima poderiam ser encenadas pela época do
Natal, o Nascimento de Cristo e na época da Páscoa , a Paixão de Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Se
esses homens memoráveis do passado, sem terem muitos recursos a seu alcance,
fizeram verdadeiros milagres de arte em construções, quanto ainda poderá ser
feito na atualidade e que poderá transformar Patu numa cidade, que qualquer
brasileiro e inclusive estrangeiros, gostarão de vsitar porque maravilhas
poderão ser vistas depois da construção da imagem de Nossa Senhora no ponto
mais alto da Serra, com teleférico, restaurantes e pousadas em grande
quantidade e com larga produção de artesanato, ocasionando emprego e renda para
quem quiser.
Tudo
isso de bom e promissor aguardamos no governo da prefeita Magnólia e vice Ma.
dos Remédios. Teremos, sem dúvida, um reavivar da cultura em todas as
modalidades, com um povo mais alegre e satisfeito, numa cidade em que todos
terão gosto de viver e trabalhar. Por isso amigo ou amiga, não deixe de votar
no 25, pois dias melhores virão. Quanto à Festa da Cultura deste ano não tenho
o que falar, pois nada de especial vi nos Blogs. Acredito que pouco de
relevante aconteceu que demonstrasse cultura de nosso povo e de nossa gente.
Por todos estes retrospectos sobre o que já aconteceu em Patu, vislumbro como
mais certa a vitória de Magnólia e Remédios.
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