domingo, 25 de março de 2012

ATIRA PEDRA NA GENI


"Êta, égua", como estou danado de contente pois "entonce ocê viu", tinham falado que ninguém ia ler as besteiras que escrevo. Mas graças a Deus ainda há muita gente consciente e interessada pelo que se passa em minha cidade e também sobre diversos posicionamentos a respeito da vida.

             Estava eu a escutar músicas de Chico Buarque de Holanda, quando me chamou atenção o texto de Geni e o Zepelim e notei que o contexto se assemelha em muito com a situação e o viver de algumas pessoas de Patu. Geni é desprezada pela população que grita: “joga pedra na Geni, ela é feita para apanhar, ele é boa de cuspir, maldita Geni”. Mas no momento em que um poderoso, vindo de Zepelim, ameaça destruir a cidade todos imploram:”Vai Geni, voce pode nos salvar, bendita Geni”. Mas quando o poderoso preserva a cidade, o povo retoma a cantiga: “joga pedra na Geni, joga bosta na Geni, ela é feita para apanhar, ela é boa para cuspir, maldita Geni”.


Poderíamos mudar o nome de Geni, por “amigo de sempre”, o genial, aquele que tem o direito de voltar, o carismático ou até o desmiolado. Não importa. Pois quanto mais pedras jogarem e o povo falar, mais dele será o voto do povo.

O desmantelado faz e fez mais de 500 casas. Sei que não foi com o dinheiro dele. Mas há que se dizer que ele foi atrás e conseguiu que o dinheiro do povo voltasse para o povo. Pavimentou dezenas de ruas. Organizou lindas festas da padroeira para que as pessoas se sentissem felizes. Incentivou a participação nos concursos de quadrilha em Natal. E lá Patu foi premiado. Fez a praça do povo, o posto de saúde do fomento e o módulo esportivo. Para quem puxar da memória, verá que o desmantelado ajudou demais aos pobres e o pior, ajudou a muita gente que agora está rica e que está olhando de cima para baixo, jogando pedras na Geni, pois se imagina voando alto no Zepelim.

Quando dizem que naquele tempo a saúde não funcionava, pode haver verdade na afirmação, pois todo mundo sabia que em Patu não funcionava mesmo. Mas a vantagem era que não se maquiava de boa. As pessoas eram logo conduzidas a Mossoró ou a Natal onde eram medicadas. As ambulâncias não paravam de andar pelas estradas. Hoje muitos dizem que em relação à saúde, funcionam as filas e a esperança de ser atendido. Não existe autenticidade, apenas imitação.

“Não sei por que é assim, só sei que é assim”. Sou uma patuense que ama sua terra. Ali me sinto bem, apesar de ser o lugar em que menos tempo morei.

O mundo está cheio de Genis, muitas pessoas não querem ou não sabem distinguir o público do privado. O funcionário público tem compromissos diretos com a comunidade, ficando os interesses particulares em segundo plano. Quem não respeita o bem público para o bem comum não pode exercer cargos de compromisso social, por visar apenas interesses particulares. Portanto não merece o voto de ninguém nas eleições.

Mas de uma coisa tenho certeza “amigo de sempre” aqueles que agora estão jogando pedras e que já foram pessoas de sua confiança, serão novamente os babões no momento em que você subir no pódio da prefeitura municipal. Por isso aceite o conselho: olho aberto, pois lá vem a turma que apedrejava Geni, de joelhos querendo lavar sua honra e reputação cantando “Bendita Geni” para o bem do bolso deles, pois para eles Patu melhora e como melhora.               

Concluo dizendo: Valeu amigo desmantelado, pois não foi desta vez que você e outros denunciados, foram presos, apesar que alguns opositores já se antecipavam em alegrias e dentro de si atirando pedras na Geni. Tenho certeza que aos poucos tudo se esclarecerá. E você, amigo de sempre, será o candidato a prefeito. E se não for, certamente o será seu filho ou alguém de sua confiança, com muita honra e competência, mesmo que joguem pedras.

Sem dúvida que muita coisa errada que acontece nesta terra do contrário, poderia ter soluções a curto, médio e longo prazos, se acontecessem ações diretas da câmara dos vereadores que semanalmente se reúne, quando poderia receber sugestões da população, assim exercendo a democracia. Ainda está bastante distante o ideal do exercício da cidadania, quando alguém coloca em primeiro plano o ganho financeiro, esquecendo os compromissos com os eleitores. Em política acontece cada coisa engraçada. Em gestões passadas recentes, um vereador de Mossoró considerado o mais atuante, não conseguiu se reeleger. Dentro desta lógica invertida, alguns políticos de Patu acreditam que não fazendo nada vão ser os mais votados.

E como nesta vida tudo é dialético, não é possível apresentar apenas luz sem a moldura da sombra, o belo sem o feio, a vida sem a morte. Por isso quando a gente se adentra nos bastidores das atuações políticas, percebe que ainda há muitos desafios a enfrentar.

Um comentário:

  1. Muito Querida Amiga Miriam.
    Passeei bastante aqui pelo teu blog. Li vários textos e percebi, em todos os conteúdos postados, que tu és muito verdadeira no teu dizer, no teu falar. A máxima "a boca fala do que o coração está cheio" diz muito bem quantos bons e belos sentimentos repousam , no teu coração, para fluirem no momento certo e numa direção voltada para um alerta, um chamamento, um apelo no sentido de realçar e fazer valer o Bem, a Justiça, a Responsabilidade Social, os Direitos de Cidadania... Parabens, minha amiga!
    Percebo também que tu e o maridão estão engajados na politica local, desejosos de contribuirem com a vitória de uma candidatura que se debruce corajosamente sobre os problemas do município e os desafios que atormentam os mais carentes e fragilizados. Como já te disse, repito: te estimo de montão. A amiga de sempre. Eri

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